domingo, 12 de janeiro de 2014

Superman através dos tempos: O justiceiro Kriptoniano

Superman através dos tempos1: O justiceiro Kriptoniano


Mais rápido que uma bala. Mais forte que uma locomotiva. Capaz de saltar sobre os prédios mais altos com um simples pulo.
Olhem! Lá no céu! É um pássaro? É um avião? Não! É o Super-Homem!
Sim, é o Super-Homem – estranho visitante de outro planeta que veio à Terra com poderes e habilidades muito superiores às de qualquer mortal. Super-Homem pode mudar o curso do rio mais caudaloso, dobrar o aço com as mãos, ele, que na vida real é Clark Kent, um discreto repórter de um grande jornal de Metrópolis, trava uma batalha sem fim pela Verdade, pela Justiça e peloAmerican Way of Life.
A frase que abria o seriado de TV “The Adventures of Superman“, e que foi reaproveitada na animação dos anos 80, está tão gravada no imaginário popular quanto o tema criado por John Williams para o filme de 1978. Ouvindo os dois, é impossível não imaginar um certo personagem de capa vermelha cruzando os céus em direção à sua próxima aventura.
Mas nem sempre foi assim. Apesar de o personagem ter aberto o mundo para os super-heróis em 1938, houve uma versão “beta”. Em 1933, Jerry Siegel e Joe Schuster publicaram num fanzine obscuro a história “O Reino do Superman”, que apresentava um personagem homônimo. Diferente do que conhecemos, esse Superman era um vilão careca e com poderes mentais inspirado em personagens de pulps, que apesar de serem publicações mais conhecidas pelas desventuras de detetives e clientes de moral dúbia que transitavam por cidades recheadas de neblinas, sombras e iniquidades, também publicavam histórias de ficção científica, entre elas Flash Gordon e Buck Rogers.
"O Reino do Superman". Seria ele um super vilão? (Por Herbert S. Fine, pseudônimo de Jerry Siegel)
Para a felicidade de todos nós, essa versão não fez sucesso, fazendo com que os autores voltassem tanto para a escrivaninha quanto para a prancheta de desenho e criassem um defensor do povo capaz de saltar prédios, com uma pele resistente e vestido com roupas circenses de cores básicas.
No momento em que finalmente conseguiram vender a história ainda em forma de tiras, uma adaptação foi feita às pressas para adequá-la ao formato comic book para a National Periodics (que anos depois viria a se chamar DC Comics graças ao títuloDetective Comics, que publica o Batman até hoje). Na editora, o herói estrelaria um título novo chamadoAction Comics, coletânea que além de ter uma história do personagem, também o teria estrelando a capa da primeira edição.
O Homem de Aço à la justiceiro
Surgia o Superman. Em sua primeira encarnação, ele não movia planetas nem tinha todos os poderes que hoje em dia lhe são comuns. Também não era um escoteiro azulão. Muito pelo contrário. Tal qual o Batman, que só surgiria no ano seguinte, este “Homem de Aço” era um justiceiro que muitas vezes abusava nas tintas quando lidava com seus antagonistas, na maioria das vezes bandidos comuns que não sobreviviam ao encontro.
Seu alter ego já era o repórter Clark Kent, cujo nome era a combinação dos prenomes deClark Gable e Kent Taylor, famosos atores da época. Funcionário do Estrela Diária (o nomePlaneta Diário só viria um pouco depois), jornal da cidade de Metrópolis, a Cidade do Amanhã(batizada devido ao filme de Fritz Lang), Kent tinha como companheira a audaciosa repórter (para a época) Lois Lane, que fazia as vezes de donzela em apuros sempre que aparecia.
Sua origem não mudou muito desde então: Kal-L é o último sobrevivente de um planeta condenado, enviado para a terra e encontrado por um motorista que, após quase atropelar o bebê, decide levá-lo para sua casa e criá-lo como filho. Na idade adulta, o garoto se muda para Metrópolis e assume sua persona heroica. A primeira citação aos Kent foi no seriado de rádio de 1942 e, apesar de nós os conhecermos como Jonathan e Martha Kent, eles já foram chamados de Sam e Molly KentEben e Sarah Kent e finalmente, John e Mary Kent. Com o surgimento da Era de Prata (1956 – 1970), período de avanços artísticos e sucesso comercial para os quadrinhos, os últimos dois se tornaram tão canônicos quanto os que conhecemos hoje, sendo os nomes adotados na Terra 2, dimensão paralela na qual o Superman envelheceu e casou com Lois Lane em 1950. Já Jonathan e Martha Kent são os nomes dos pais de sua contraparte da Terra 1, mundo em que ele só ganhou a mídia nos anos 60.
Jimmy Olsen, o melhor amigo do personagem, e a Kriptonita também surgiram no programa de rádio. As famosas pedras foram criadas como artifício de roteiro numa época em que o dublador do Kriptoniano ficou doente e só precisou fazer gemidos de dor durante uma semana, uma vez que o herói estava subjugado pela radiação do minério verde extraterrestre.
Primeira aparição de Lex Luthor
Com o tempo, as histórias foram agregando outros personagens e vilões, como o Ultra-Humanóide, tido como a primeira tentativa de criar o cientista louco capaz de antagonizar o Alienígena. Sua capacidade de transplantar seu cérebro para qualquer corpo tornou-o um inimigo capaz de surpreender o personagem, que nunca sabia em qual corpo ele estaria, até que finalmente transplantou seu cérebro para o corpo de um macaco albino. Esta última forma tornou-se definitiva, chegando a aparecer em alguns episódios da Liga da Justiça de Paul Dini. Tido como o Nêmese do AzulãoLex Luthor foi introduzido no número 23 deAction Comics e, devido ao seu sucesso, retornou emSuperman 4.  Outros vilões conhecidos que surgiram nesta época foram Homem-Brinquedo e oGalhofeiro.
Com o surgimento do Código de Ética dos Quadrinhos em 1954 e o cancelamento de quase todos os títulos não só daNational como de todas as outras editoras no mercado, o Superman teve suas histórias alteradas. Chegava a Era de Prata.


Como o nosso herói sobreviverá à sua primeira reformulação? Aguarde e confira semana que vem aqui no mesmo Pipoca Horário neste mesmo Pipoca Canal.

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