domingo, 12 de janeiro de 2014

Superman através dos tempos: Superman pela Marvel Comics?

Superman através dos tempos: Superman pela Marvel Comics?

Já imaginou o que aconteceria se a Marvel colocasse as mãos emSuperman e cia.?
Quase aconteceu. Após um grande prejuízo causado por uma tentativa de crescimento editorial no final dos anos 70, houve uma violenta queda de vendas em todos os títulos da editora. O trágico momento ficou conhecido como “Implosão DC” e levou a editora a repensar seus negócios.
Time Warner, que havia comprado a editora, tomou a única decisão lógica: manter os direitos sobre o licenciamento de seus personagens e oferecê-los para a concorrência. Como consequência, o conglomerado manteria o lucro com derivados e se livraria da gordura ruim que era aDC Comics, ao passo que uma editora mais competente manteria os personagens nas bancas e comics shops.
Jim Shooter
A concorrência, também  conhecida como Marvel Comics, famosa por ter mudado a  forma  como os americanos liam quadrinhos com seus personagens mais humanos e centrados na realidade dos leitores, havia sido a pedra no sapato da DC desde o seu surgimento. Seus primeiros títulos eram distribuídos pela editora, que impunha limitações criativas como jamais criar super-heróis, algo que os criadores Lee e Kirby acharam um jeito de desobedecer e burlar quando lançaram  Fantastic Four 1, a revista que deu origem ao universo. Caso a transação vingasse, a editora licenciada contaria com uma polpuda participação nos lucros. Especulava-se um montante por volta de U$ 3 milhões só no primeiro ano .
Em 1984, as negociações entre executivos das duas empresas já estava adiantada e tinha um grande defensor: Jim Shooter, cria daLegião dos Super-Heróis, título que começou a escrever com 15 anos, que havia se tornado Editor Chefe da Casa das ideias.
Os títulos lançados seriam: SupermanBatmanMulher-Maravilha,Lanterna VerdeNovos TitãsLiga da Justiça e Legião dos Super-Heróis, que Shooter voltaria a escrever após mais de uma década ausente.
John Byrne

Todos os títulos ganhariam um novo número um e seriam desenvolvidos por equipes criativas que supostamente eliminariam os problemas criados pela Era de Prata.
John Byrne, então artista do Quarteto Fantástico e com passagens por todos os personagens da editora, principalmente os X-Men, título mais vendido dos anos 80, não só fez uma proposta para o título do Superman como apresentou uma capa para sua primeira edição.
O que poderia ter se tornado uma nova Era de Ouro, com os roteiros e artes dinâmicas que tanto buscavam, morreu antes de nascer. A independente First Comics processou a Marvel por monopólio e a empresa por trás da editora decidiu recusar o que seria uma proposta excelente para não se queimar no mercado.
Não havia sido a primeira tentativa de negociação, só a primeira que quase foi pra frente. Infelizmente para a Time Warner, a DC Comics precisava continuar existindo (dando lucro ou não).
A editora tentou mudar seus personagens e chamou autores de peso para criar conceitos para os três grandes (Superman, Batman e Mulher-Maravilha). As propostas não deram certo e o única que, com muitas mudanças, chegou a ir para as bancas foi O Cavaleiro das Trevas, de Frank Miller. O título foi um sucesso, deu novo fôlego para o personagem e o conglomerado viu que em mãos capazes seus personagens ainda renderiam muito. É deste título a famosa cena em que Batman, usando o anel deKriptonita, dá uma surra num enfraquecido Superman, assim como a primeira aparição do presidenteRonald Reagan nos quadrinhos da editora. Reagan se tornaria presença constante em muitos títulos pós crise, principalmente os que envolvessem a União Soviética.
Algumas participações do então Presidente Ronald Reagan nos quadrinhos do Superman
Numa tentativa desesperada de transformar seus personagens em algo interessante não só para os anos 80 como para todas as décadas vindouras, Marv Wolfman e George Perez, responsáveis pelo sucesso “Novos Titãs”, foram convocados para a hercúlea tarefa de criar um título que reunisse todos os personagens na história final do Multiverso DC. Nascia assim a maxi série de 12 edições Crise nas Infinitas Terras, que separava o universo DC não em eras, mas nas fases pré e pós-crise. No final do evento, toda a história foi reiniciada e um novo universo DC nasceu.
Crise nas Infinitas Terras
Durante a crise, o Superman sofreu várias mudanças: sua prima foi assassinada pelo vilão da série, todos os Kriptonianos foram apagados da história e passou a haver apenas um Superman. OSuperman original, ou da Terra 2, e sua Lois Lane se perderam entre as realidades. Tais mudanças abriram espaço para a versão de John Byrne que, após sair brigado da concorrência, foi para a editora realizar o projeto para o qual havia sido contratado dois anos antes.
Mas faltava uma despedida adequada.
O réquiem da Era de Prata foi contado por Alan Moore ao lado de Perez, Curt Swan (considerado o desenhista definitivo do personagem até então) e Kurt Schaffenberger (outro nome com profundas ligações na mitologia do personagem) e se chamava “Superman: o que aconteceu ao homem de aço?“. Na história, na ocasião de uma década do desaparecimento do personagem, um repórter entrevista Lois Lane, que passa a narrar sua última aventura, um verdadeiro tributo à Era de Prata e suas histórias.

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