domingo, 12 de janeiro de 2014

Wolverine: Snikt!

Snikt!

Se você curte quadrinhos e cresceu nos anos 80, conhece bem essa onomatopeia, assim como o irascível canadense que usava técnicas orientais para controlar seu “lado animal”.
Logan, o Wolverine, foi aos poucos crescendo em popularidade até se tornar o incansável personagem que aparece em várias revistas no mesmo mês, que praticamente protagonizou cinco filmes da franquia mutante do estúdio Foxe que, não satisfeito, apareceu noutro mandando os protagonistas se ferrarem.
Em 2014, sua primeira aparição e a primeira surra que levou do Hulk completam 40 anos. A primeira missão? Conter uma luta entre o monstro verde e a fera canadense conhecida como Wendigo. O design original do personagem, criado porJohn Romita Sênior e desenhado na história por Herb Trimpe, era bem mais simples, lembrando um felino, e suas garras pareciam ser parte da luva, algo que poucos meses depois, em sua segunda aparição, sofreu pequenas alterações.
Capa de "O Incrível Hulk", primeira aparição de Wolverine
Len Wein, o criador do personagem, queria fazer um grupo internacional de X-Men composto por personagens nativos dos países consumidores dos quadrinhos Marvel. Não foi o que aconteceu: a ideia praticamente ficou só no projeto por uma edição ou duas. Mas em 1975, em “Giant Size X-Men #1” (escrita por Wein e ilustrada por Dave Cockrum), um grupo de mutantes de países díspares, como Irlanda, África, Rússia, Japão, Canadá e até um índio nativo americano, quebrou o longo hiato de histórias inéditas da franquia com a missão de resgatar a geração anterior do grupo, que estava aprisionada em Krakoa, a ilha viva. O resgate foi um sucesso e o grupo seguiu suas aventuras com uma equipe que mesclava integrantes das duas gerações.
Dentre eles, o mutante canadense que, até finalmente conseguir se aclimatar no novo grupo, colecionou muitos desafetos. Ora por quase estripar qualquer um que olhasse errado pra ele, ora por suas atitudes quanto ao que queria, como quando teve uma paixão supostamente platônica por Jean Grey e quase matou o Ciclope, namorado da poderosa telepata, até que a ruiva deixou claro que entre os dois nada poderia surgir. Por outro lado, como expatriados e deslocados se unem, Logan de cara ganhou dois amigos: ColossusNoturno, e os três forjaram uma grande amizade.
Capa da "Giant Size X-Men #1"

Uma curiosidade dos primeiros dias mostra uma das muitas ideias para o personagem que foram abandonadas pelo caminho: no primeiro confronto com os Sentinelas, os robôs gigantes não o reconheceram como mutante. Na época, Chis Claremont, que assumiu os roteiros no lugar de Wein, pretendia seguir a ideia de seu predecessor e colocar Logan como um carcaju (Wolverine) evoluído até se tornar um homem. A editora tem o Alto Evolucionário, personagem que cria soldados evoluindo animais, mas como havia a possibilidade de outra personagem ganhar a mesma origem, o canadense seguiu mutante.
Humano e mutante, mas numa acirrada luta interna contra seu lado animal, a fera começou a ser domesticada após a primeira viagem dos “Novos X-Men” ao Japão, quando estes enfrentaram Moses Magnun, um vilão que ameaçava usar seu poder para causar poderosos terremotos e afundar o Japão caso não fosse devidamente recompensado. Neste ínterim, o grupo ficou na casa de Solaris, um dos membros da segunda leva que havia abandonado o grupo após a primeira aventura, e o irascível canadense se aproximou de Mariko Yoshida, a doce “princesa” que aos poucos foi amansando a fera.
Wolverine e Mariko
Os dois viveram um romance proibido, motivo do retorno do personagem ao Japão, quando resolveu abandonar suas aventuras e se casar com a Japonesa.
John Byrne, que assumiu a arte após a saída de Cockrun e foi um dos artistas mais marcantes da série, era um inglês radicado no Canadá. Byrne gostou tanto do personagem que decidiu fazer com que ele aparecesse mais dentro da revista, até que, em 1980, no número 130 da publicação americana, ele estrelou: “Wolverine: Alone”. Na história, parte do ciclo da Saga da “Fênix Negra“, ele invade oClube do Inferno para salvar seus colegas aprisionados em seu interior. Byrne também foi responsável pelo envelhecimento do herói, que nas histórias originais era desenhado quase como um adolescente, pouco mais velho que seus colegas.
Aos poucos, Wolverine foi se transformando no tipo de herói de ação que faria sucesso nos anos 80 e, no final da década, enfim ganhou o tão sonhado título próprio.
Aguarde a segunda parte da evolução do Carcaju em Wolverine #2: Made In Japan, aqui no Pipoca Gigante.

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