sábado, 10 de julho de 2010

Bazzinga

A Quarta Parede – Alexandre D’Assumpção
Bazzinga
Eu twitto, Tu Twittas, Vós...  (insira sua opção aqui)
Se a conjugação da modernidade vai Ad Infinitum, certamente cruza em alguma esquina a seis graus de separação do Twiiter de Marcelo Mansfield, que cruza também cruza com o meu e me permite ler seus posts.
Mansfield é um dos famosos desconhecidos que apesar das aparições esporádicas na telinha, fez carreira nas telonas e nos palcos de Stand-up. Não o conhece? Google it! (RS)
Num de seus posts no microblog, Mansfield criticou abertamente os “ligados” que apesar de todo o preconceito com os bordões dos programas de humor nacionais, falam “Bazzinga” abertamente e sem culpa.
Inveja? Apesar de seu bordão: “Eu to puto!” não ter decolado, o humorista está coberto de razão. Desvalorizamos o material nacional em prol do material nacional de outros países. A desculpa da colonização que os comunistas davam talvez se encaixe aqui, mas a verdade é que desde o advento da TV a cabo e dos programas legendados, nunca fomos tão americanóides.
Se por vergonha de nos assumirmos fãs dos programas de humor datados desde a extinta rádio Mayrink Veiga (alguns de seus redatores continuam vivos ativos e criando discípulos) que nos obrigam a trocar o horário nobre pelo “prime time” ou por não pertencer ao seu público alvo, seguimos criando neologismos – em sua maioria anglicismos - para satisfazer a nossa sede de “humor conectado”.
A grande verdade é que não queremos e nem podemos mais ser populares ou nos tornamos um novo tipo de excluído: O não conectado.
Sabe o que realmente me assusta? Mesmo quando a febre dos quadros apoiados em bordões era uma novidade, havia projetos iconoclastas que não duraram, mas que de tempos em tempos vemos novidades que não passam de releitura de programas como o PRK-30, que poderia ser comparado com o TV Pirata ou com o Pânico de sua época (guardadas as devidas proporções e respeitando as diferenças de linguagem).  Um formato que a cada tentativa de ressurreição retorna com força, mas tem a sobrevida das novidades. Passada a sobrevida, resta apenas mais do mesmo e assistimos pelo alívio escapista, mesmo discordando de todas as ideias.
Justamente por isso o “Bazzinga” vence. Somos brasileiros, mas não queremos nos ver como. Da mesma forma que já tentamos desesperadamente ser europeus, tentamos atualmente nos globalizar e não queremos ser lembrados de nossos “primos pobres” e de seu gosto conformista.  Somos Hype, inovadores... E justamente por isso caímos vítimas de tudo que é importado. Retroceder seria um “Epic Fail”.
 E mesmo neste mundo completamente conectado, abraçamos uma zona de conforto. Não podemos criticar a colonização quando a nossa novidade também é importada. Não seria a Stand-Up Comedy uma invenção dos “Comedy Clubs” Nova-iorquinos dos anos 70? Não seria ela a Base do Saturday Night Live, programa que em 2009 completou 35 anos no ar e que lançou nomes como Mike Myers, Adan Sandler, Joyhn Belushi, Tina Fey, Eddie Murphy, Bill Murray e Dan Arkoyd?
 Onde está a novidade neste anglicismo que se tornou uma febre iconoclasta no final da década de 1990 e toda a primeira dos anos 2000?  

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