segunda-feira, 26 de setembro de 2011
Cinema no estilo Marvel.
Desde seu começo, nos anos 40, quando ainda se chamava Timelty/Atlas, A Marvel flerta com o cinema. Seja com o primeiro seriado do Capitão América ainda nos anos 40, nos filmes fracassados dos anos 80 ou no recentemente divulgado universo compartilhado cinematográfico, a empresa tem emplacado produções amadas e odiadas pelo público e pela crítica.
Durante a segunda guerra, os vibrantes super-heróis dos quadrinhos combatiam o eixo do mal com suas roupas em quatro cores. No cinema, entretanto, suas história era cercadas por neblina e sombras. E foi justamente com este dégradé em tons de cinza que em 1944, o Capitão América ergueu pela primeira vez seu escudo nos cinemas. O ator Dick Purcell vestiu a malha do Capitão América e sua identidade civil (no filme), Grant Gardner para entreter a garotada ávida por seriados de cinema.
O retorno dos personagens do universo da editora as telonassó ocorreu 33 anos depois, quandofoi lançado o piloto da Série de TVThe Amazing Spider-Man(1977 – 1979), estrelada pelo ator Nicholas Hammond, que no ano seguinte, ganhou duas sequencias:Spider-Man Strikes Back (1978) e Spider-Man: The Dragon's Challenge (1979).No mesmo ano foi lançada a série The Incredible Hulk (1977 – 1982), que teve Bill Bixby e Lou Ferrignonos papeis principais.
Em 1966, após a reformulação que entre outras coisas rebatizou a empresa, que a partir de 1961 passou a se chamar: Marvel Pop Art, a editora começou o que seria seu investimento mais longevo: Desenhos Animados. A série The Marvel Super Heroes transliterou personagens como Thor, Hulk, Vingadores, Homem-de-Ferro e o próprio Capitão América para a nova mídia. A série, que no Brasil ficou conhecida como Desenhos Desanimados da Marvel, nada eraalém de animações feitas a partir de páginas dos quadrinhos decalcadas e com alguns efeitos de movimento. O grande avançofoi a primeira animação do Homem-Aranha, de 1967, cuja primeira temporada mais fiel à série foi produzida pela Grantray-LawrenceAnimation, mas devido a uma quebra de contrato, as duas temporadas seguintes foram dirigidas pelo conceituado Ralph Bakshi(Fritz, The Cat, Senhor dos Anéis, As Novas Aventuras de Super Mouse), que reaproveitou todos os cenários e vilões de outra serie animada que produzia: Robin-Hood do Espaço.
Com o surgimento da Hanna Barbera, os direitos da editora migraram para o estúdio que apesar de ter produzido três temporadas da série do Quarteto Fantástico (1967-1970), aproveitou os direitos para produzir uma bizarra série estrelada por um Bem Grim adolescente que ao unir dois anéis mágicos se transformava no Coisa. Exibida como um dos blocos da série de curta duração Fred and Barney Meet the Thing (1979), a série foi o último projeto da Marvel sob a batuta da HB. No mesmo ano, a DePatie-Freleng (Pantera Cor-de-Rosa e Derivados), que em 1978 já havia lançado a série do Quarteto Fantástico sem o Tocha Humana (a do robozinho H.E.R.B.I.E), cujos direitos na época pertenciam a Universal, que segurou o personagem para e uma série que nunca saiu, produziu em 1979 uma série com a Mulher-Aranha.
Cansada de ver seus personagens adulterados, a editora lançou o Marvel Producions, que entre 1981 e 1983 lançou três animações. Duas do Homem-Aranha (Homem-Aranha e Homem-Aranha e seus Incríveis Amigos) e uma do Hulk. Homem-Aranha e seus Incríveis amigos foi usado também como teste para a receptividade dos telespectadores a uma possível série dos X-Men, o carro-chefe da editora na época. Problemas com o licenciamento do personagem Tocha-Humana obrigaram os produtores a criar uma nova personagem com poderes flamejantes para a série, a Mutante Estrela de Fogo (Flama nos quadrinhos), que foi integrada na continuidade dos quadrinhos na edição 193 dos X-Men.
Em 1985, a Marvel voltou aos cinemas. Apesar dos filmes Conan o Barbaro e Conan o Destruidor terem ido para as telonas apresentando uma personagem comercializado pela editora, Guerreiros de Fogo (Red Sonja), adaptou uma personagem criada na fase que Roy Thomas assinava os roteiros do Bárbaro: Sonja a Guerreira, aquela que só se entregará àquele que a vencer em batalha. No ano seguinte foi a vez de Steven Spielberg adaptar mais um personagem obscuro da editora. Howard, o Super-herói (1986), transportou o Pato Howard, personagem criado por de Steve Gerber para as telonas.
Já 1988 foi o ano do Gigante Verde. A trilogia de telefilmes iniciada em O Retorno do Incrível Hulk marcou a primeira tentativa da Marvel de criar um universo compartilhado para seus personagens. Infelizmente, este filme, que serviria de piloto para série do Thor que nunca foi ao ar e os seguintes: O Julgamento do Incrível Hulk (1989) e A Morte do Incrível Hulk (1990), que também lançariam as séries do Demolidor e da Mulher-Hulk não decolaram,fazendo com que a Marvel abandonasse o projeto, que já tinha um quarto personagem planejado: O Homem de Ferro. Ainda assim, haviam planos para um novo filmedo gigante verde: The Revenge of the Incredible Hulk,que adaptaria a série de quadrinhos em que a mente de Bannercontrolava o corpo do monstro, mas a saúde frágil de Bill Bixby não permitiu.
Antes de entrar em recesso, mais três filmes foram produzidos: O Justiceiro (1989), com Dolph Lundgren, o Ivan Draco de Rocky 4, Capitão América (1990), que foi vendido diretamente para o mercado de vídeo e tinha um Caveira Vermelho Italiano e o Quarteto Fantástico de Roger Corman (1994), que sequer foi distribuído e é exibido em algumas convenções a título de curiosidade trash.
A partir de 1992 a Fox adquiriu os direitos dos personagens Marvelmais importantes, e produziu várias séries de animação com eles: X-Men (1992), Homem de Ferro (1994), Quarteto-Fantástico (1994), Homem-Aranha (1994), O Incrível Hulk (1996) , Surfista Prateado (1998), Homem-Aranha Sem Limites (1999) e Vingadores (1999) . Esta série de animações da FOX ficou conhecida como Marvel Animated Universe, que apesar dos roteiros fracos e da animação de qualidade variável, foi responsável pela adaptação para a TV de importantessagas dos quadrinhos.
E foi justamente a Foxque depois de várias incertezas sobre quem seria o Wolverine dos cinemas, abriu o novo milênio com a trilogia mutante:X-Men (2000), seguidos por X-Men 2 (2003) e X-Men: O confronto Final (2006). A produtora investiu pesado no universo da Casa de idéias e com os filmes: Quarteto Fantástico (2005) e Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado (2007), levou para as telas sua visão do primeiro título da editora.
Em 2002 chegou a vez de a segunda maior franquia da editora desencantar eter uma versão cinematográfica a altura do personagem. Após um desentendimento de anos com a MGM/UA, que até já havia contratado James Cameron para fazer roteiro/ direção numa das leituras do filme, a Sony Picturesadquiriu os direitos do amigão da vizinhançaque na trilogia: Homem- Aranha (2002), Homem-Aranha 2 (2004) e Homem-Aranha 3 (2007), foram interpretadoslançou por Tobey Maguire e teve Kirsten Dunst como seu par romântico.
Correndo por fora, o universo urbano da editora também foi bem representado. Demolidor (2002), Elektra (2005), Justiceiro (2004), e Justiceiro: Zona de Guerra (2008) também tentaram fazer do angustiado Frank Castle o herói de ação do novo milênio. O terror também apareceu com filmes como: Motoqueiro Fantasma (2007), que realizou o desejo de Nicolas Cage, que sempre quis interpretar um personagem de quadrinhos, Homem-Coisa, que foi direto para o vídeo em 2005 e Blade, que estreou sua própria trilogia:Blade (1998), Blade 2 (2002) e Blade Trinity (2004)tiveram Wesley Snipes no papel do caçador de dentuços.
Insatisfeito com a qualidade de alguns derivados de suas franquias, o Marvel Studios decidiu produzir os próprios filmes e após ter sido comprada pela Disney em 2009, a renascida produtora decidiu readquiriros diretos detodas assuas franquias, o que gerou uma grandecorreria nos estúdios detentores,que para não devolverem estão reiniciando franquiascomo a do Homem-Aranha e gerando derivados de outras, como o filmeX-MenOrigens: Wolverine (2009) e o vindouro X-Men: First Class que marca o retorno dode Bryan Singer à Franquia que abandonou para se dedicar ao fracassado Superman Returns.
Com o sucesso de Homem de Ferro (2007), o primeiro filme sob a batuta do Marvel Studios, o estúdio decidiu retomar a ideia abandonada nos telefilmes do Hulk e criar um universo compartilhado onde todos os seus personagens possam conviver. E isso abre espaço para o primeiro filme com os Vingadores reunidos em 2011. Para introduzir a possível formação do grupo, o estúdio tem lançado filmes solo com os personagens. Foi assim com o Hulk, que após o fracasso de bilheterias de 2003, ganhou em 2008 uma releitura onde o consagrado Edward Norton interpretou o cientista assombrado pelo monstro.
Neste ano, foi lançada a primeira sequencia: Homem de Ferro 2 e os anúncios não param, pois 2011 será o ano da Marvel nos cinemas. Thor e Capitão América pelo Marvel Studios e X-Men First Class pela Fox marcarão presença e abrirão caminho para o grande evento: O filme dos Vingadores e o novo Homem-Aranha, que se o mundo não acabar, todos veremos em 2012.
E este é apenas o novo começo de uma história empresa que segue galgando espaços em várias mídias.
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